Talvez este não seja o melhor momento para vir aqui, mas eu
não vivia um mar de rosas quando decidi abrir este espaço e conversar comigo
mesmo – o que claramente justifica a razão de sua existência. Há muito tempo,
num passado que se perde de tão distante, eu já fui muito melhor em lidar com
muitas situações, principalmente a lidar com emoções. Ah, era no ápice das
emoções, naquela ebulição – e completa desordem – emocional e sentimentos em
profusão que eu melhor me expressava. Ah, e como eu sabia me expressar.
Mas o tempo ele te rouba e te brinda com outras novas
experiências, resta medir e pesar as vantagens e desvantagem dos perdidos e
achados. Eu realmente já fui muito melhor e fui muito melhor em muitas coisas, acho
que literalmente entrei na fase regressiva e isso é absolutamente sintomático. Ultimamente
os dias têm sido bem conturbados com doença, atritos e uma série de problemas
que começaram a pipocar ao ponto de eu me sentir em um videogame. Resta-nos
tentar passar as fases, driblar as dificuldades, e entraves, porque temos
objetivos traçados.
Mas, tal qual no game, sempre tem aquele obstáculo que acaba
te derrubando e você precisa ter sabedoria para decidir se aquela queda é o fim
da fase ou se há capacidade de continuar e vencer, passar por cima daquilo. Às
vezes punimos o outro em função de problemas que estão entranhados em nós
mesmos. Não percebemos que precisamos de apoio e ajuda para superarmos aquilo,
culpamos alguém de ser o (a) causador (a), quando que na verdade é algo
enraizado que não precisa necessariamente de um gatilho, pois tudo se torna um
gatilho e aí fica difícil...
Pra ser sincero não é um fardo fácil de carregar e, para ser
extremamente franco, é preciso querer muito, mas muito mesmo, é preciso gostar
muito, gostar pra caralho para suportar algumas situações, fechar os olhos para
diversas circunstâncias em nome de algo que se sonha construir. Mas aí, toda
história é composta por dois lados e um relacionamento é composto por duas
pessoas e temperado com esforços mútuos. Dependendo de como as coisas acontecem
e se desenrolam, juras de amores eternos e medos declarados se tornam palavras
ao vento frente a atitudes...
Ninguém é igual a ninguém, nem todo mundo é capaz de suportar
certas coisas ou de fechar os olhos para certas situações e circunstâncias.
Compreensão não é um sentimento que vá pertencer a todo mundo. Frieza, distância,
indiferença e incompatibilidade de agendas sempre foram motivos que culminaram
em fins de relacionamento. Quem quer dá um jeito, mas é bom lembrar que é preciso
querência dos dois lados. Espero que o próximo seja compreensivo tanto quanto
eu fui, e que não use dessas mesmas circunstâncias como pretexto para te usar e
te ferir.