terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Fim de tarde.


Sempre que converso com pessoas mais velhas e as ouço falando sobre a vida, sobre suas vidas, suas vivências; curiosidade, imaginação trabalham na tentativa de me encaixar naquelas épocas em questão. E quando me olham, completam suas respectivas falas com um “ah, você é muito jovem. Ainda tem muita coisa pra ver aí mundão a fora. Um dia já fui jovem igual a você já tive sua idade”... Confesso me surgir uma expectativa que é facilmente ocupada por um sentimento de preocupação, angústia, talvez medo.
Aquele sentimento que invade quando, no ato de ouvir aquelas histórias contadas com sintomas de saudades a cada palavra proferida, se dissipa ao fazer uma comparação do ontem com o agora. É como se aquele pedacinho do céu não existisse mais e querendo ou não, não existe. O mundo é o mesmo não tem para onde correr, mas as épocas mudam e estas mudanças bruscas quase sempre tendem para o pior. O ser humano mudou. Sua forma de pensar, de agir, de ser nada mais é como antes.
Fico preocupado com o “muito” que ainda tenho para ver nesse “mundão a fora”, pois se for algo perto do que já presencio na atualidade não tenho pretensão nenhuma de vê-lo mais a frente. A desvalorização de algo tão precioso como a vida por coisas de poderes extremos e destrutivos, por nada. Podemos ver que hoje não se precisa de muito para tirar a vida de semelhante ou para destruir vidas que estão apenas em formação. Ainda me pergunto se estou na época certa.
O mundo que conheço hoje não é, nem de longe, aquele mundo que ouço em meio às conversas com os mais antigos. Aquele mundo se perdeu ou deixou de existir, se refez, se reciclou com uma quantidade extremamente superior de lixo. O ser humano tem evoluído — sem querer generalizar, claro — com sucesso para o regresso. Mudou o sentido do ser, perdeu o sentido de ser: humano...

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

What is life?

Vidas que se vão depressa, precocemente. Vidas que perdemos e não aceitamos, pois ninguém quer ou aceita perder aqueles que amam. Vida sempre a brincar, sempre de mão dadas com sua amiga e oposta, a morte. O que é a vida, afinal? Eu costumo dizer que a vida é um sopro que bate de um lado para o outro, em paredes frágeis, mas que parece não encontrar uma saída, neste instante, então, estamos vivos... Mas chega um momento que a corrente de ar que nos mantém de pé consegue se libertar, deixando para trás um saco de carne, ossos e sangue, deixando uma casca... Neste momento faz-se a transição, a passagem... Então no próprio instante, gosto de dizer, também, que voltamos pra casa...
Há quem diga que é um processo lento, de que o espírito sente essa transposição de estado. Que é um processo parecido ao que a costureira faz quando tu a manda consertar uma calça, uma peça de roupa. Que o espírito está preso e sente essa segregação... Não sei até que ponto isto é verdade, ainda não fiz essa passagem, então não posso afirmar... Mas creio deva, no fundo, bem no fundo, ter veracidade. Uma coisa que só irei ter certeza quando estiver no fim do túnel ou no meio desse universo paralelo, ou desse mundo desconhecido do qual não pertencem os vivos... Quando estiver na luz ou na escuridão...

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Ways

Dificuldades existem de todas as formas e se hoje está difícil tenho certeza que os verdadeiros obstáculos ainda estarão mais a frente, além desse horizonte o qual tento seguir, mesmo que às vezes ainda me traia e olhe para trás. Não sou muito fã do ditado do “não olhe pra trás”, pois é lá que você tem o histórico de glórias e fracassos, dos erros e acertos e é por aí que deve obter orientação, mas não basta só ensinar o caminho das pedras...
Acho que mais importante do que o caminho das pedras é você saber o que fazer com elas quando as tiver nas mãos e é aí que veremos na realidade que a dependência real é nós mesmos. Você conquista o seu espaço e o teu desempenho vai garantir a permanência, duração do ciclo. Isso serve tanto para a vida profissional quanto para a vida pessoal. Aprendi a levar as coisas numa estranha e tal relatividade.
Os ventos nem sempre estarão favoráveis e a luz do sol nem sempre aparecerá, vão existir momentos em que só poderemos contar com nós mesmos. É apenas um relato de algo que deve acontecer na vida de todo cidadão. Tudo relativo, nada faz sentido, tudo é o meu sentido, depende do ponto de vista de cada um, não é mesmo? O texto em si abre para várias interpretações e não há como fugir disso.