Às vezes perco o foco em busca daqueles porquês que atuam tão
fortemente como artistas principais nos meus conflitos de consciência. Pode
parecer estranho, mas às vezes eu não sei por que perco alguns minutos do meu
tempo – que não é utilizado da maneira devida e nem para as causas a que
realmente vale a pena perdê-lo – aqui escrevendo. As coisas se embaraçam, de
uma hora para outra perdem sentido e eu sinto que grandes esforços resultam em
pequenos resultados.
Um meio termo deve ser termômetro dos extremos, mas em determinados
jeitos de ser não existem meios-termos e aí? Passamos por grandes formulações muitas
vezes, procuramos ir moldando aqui e ali, para que a conformidade seja
aceitável. Conformidade vem de conforme que pode ser atribuído – embora não
neste contexto – a conformismo, estado ao qual conheço bem. “O medo de perder
tira a vontade de vencer” frase muito
conhecida no futebol e direcionada diretamente aos técnicos, em referência ao
modo de como armam seus times em campo taticamente na defesa.
Trazendo para a vida
real não sei mais até que ponto é importante esse equilíbrio ou perda de
objetividade. Quando as coisas deixam de fazer sentido você não sabe nem
porque precisa acordar amanhã, que importância terá a sua presença nos lugares
que você tem que estar e o que ou no que irá somar. Às vezes acho que preciso
arriscar um pouco mais, pois só perde pênalti e só faz gol de pênalti, quem
cobra a penalidade. Só obtém sucesso ou fracasso quem tenta!
Às vezes queria não
ser tão escravo das certezas, fazer as pazes com a sorte, contar com ela e
mandar o azar se foder só que, lembra aquela parte de mim que não se mexe não
se altera? Pois é, não importa quantos metros está o horizonte ou quantas
léguas, esse espírito só vai me permitir dizer que cheguei quando conseguir ver
a margem do outro lado e terra firme.
Muita coisa mudou e
outras realmente não mudarão; os anos passam o tempo vai passar e essa é uma
das grandes realidades incontestáveis, sou um homem feito e ainda tenho medo do
escuro. Me pego aflito pelo desconhecido e, muitas vezes, sinto que não estou
preparado.
Ainda volto, todos
os dias, ao mesmo lugar, ainda procuro seguir a voz do vento e dias nublados
continuam ditando o meu dia. Mergulho de corpo e alma no que julgo verdadeiro,
o problema é conseguir chegar a essa conclusão. O tão esperado grand finale
parece que resolve se esconder atrás daquela porta que abre pra fora. Os
caminhos nem sempre virão com asfalto e sinalização, mas o retrovisor sempre
vai estar a tua esquerda e direita...
Ao fim desse texto
redescobri porque faz sentido ter esse blog e porque me apaixono cada vez mais em
me abrir comigo mesmo...
Valar Dohaeris.
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