E hoje é mais um daqueles dias sem significado algum, mas, assim
mesmo, não deixa de ser um daqueles dias em nos pegamos pensando. Engraçado que
a princípio apenas olhamos o céu nublado e rola uma espécie de hipnose, uma
parada tão intensa que o pássaro que canta no galho da árvore ao lado parece
estar há quilômetros de distância. Uma parada tão estranha que posso descrever
mente e pensamento como esta folha eletrônica na qual vos escrevo, em branco!
Acontece igual esses filmes de terror em que você é surpreendido
sem estar esperando. Mais uma vez é engraçado, pois quando preciso manter a
mente vazia isto parece a missão mais impossível do mundo. Tenho pensado muito
esses tempos, pensado em coisas desnecessárias, vitais, providenciais... 12
palavras estabelecem um abismo entre a minha vida e o meu destino, e ele, o meu
destino, começa a se desenhar longe de minha terra natal eu só preciso estar
suficientemente convencido disso.
A vida vai afunilando os caminhos até chegar a determinado momento em
que você precisa ir à busca de alternativas ou se deixa esmagar pelas paredes
que encurtam o espaço. Quando a gente é criança temos uma visão tão superficial
do que é ser adulto, tanto que queremos logo – no caso dos garotos – ter barba,
bigode, calça comprida, jaqueta, dinheiro na carteira, citamos em nossas
brincadeiras os destinos do trabalho dos nossos pais e sempre queremos ser os
pais na historinha da brincadeira. Hahaha! Doce ingenuidade.
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