terça-feira, 29 de março de 2022

Inocência, pura, só a das crianças... e olhe lá.

Eu estava pensando dias desses em como a inocência e pureza de uma criança é impressionante, vejam só: você apresenta uma mão com 10 moedas de 10 centavos e outra mão com 3 moedas de 1 real. Embora o tamanho das moedas seja desigual, o que poderia intuir uma diferença de valores, a inocência sempre despertará a atenção para a quantidade e a mão com mais moedas é a que certamente será escolhida. Claro, dependendo da criança, ela não tem dimensão e não faz juízo de valor. Afinal de contas, eu estou falando de inocência e pureza!
Paralelo a isso eu observei algumas coisas, alguns movimentos e refleti bastante nessa situação das moedas e da escolha. Os adultos já ultrapassados em suas purezas e, claro, uma vez já maculada sua inocência, sempre que agem é com objetivos claros. Tem sempre bem definido o impacto que deseja causar com determinadas ações, determinados comportamentos ou mudanças do mesmo. Mas aí existe um probleminha bem primário que costuma nos perturbar a paz: as coisas acontecendo da forma que não queríamos que acontecessem. Sim, porque é um baque quando as coisas reagem de forma diferente do que esperávamos.
Você vai ao barbeiro e dá aquele talento na peruca, barba na régua, sai e aquela moça a qual você esperava chamar a atenção sequer toma ciência da sua presença, se pá sequer pensou na sua existência naquele ambiente. PAM! Um exemplo simples, claro e corriqueiro de objetivo frustrado, mediante ao não acontecimento das coisas conforme o esperado. E dependendo aí do grau de interesse isso acaba funcionando como um cruzado na autoestima. Isso serve para todos os tipos de relação, não somente para uma paquera e/ou conquista. Trabalho, amizade, no joguinho de tabuleiro...
Outro exemplo: nós costumamos ficar estranhos, frios e nos afastamos das pessoas e tudo isso, tem, sim, um objetivo velado; e todo esse movimento foi pensado e é esperado uma reação em torno desse acontecimento planejado. Uma ação que para desencadear uma reação esperada! O problema é quando isso foge do roteiro que pré-criamos, e foge por estarmos contando com o outro e as atitudes e reações do outro estão fora do nosso alcance, estão fora do nosso controle. Podemos até supor-achar conhecer como que o outro reage, mas jamais contar com isso como certeza porque, cara, a decepção vem. Haha
Às vezes apostamos alto, nos vislumbramos, dobramos o valor da aposta e vemos o cavalo dobrando as pernas e nos fazendo beijar o chão, e é por isso que também chamamos de jogos de azar. A nossa concepção é uma parcela quase nula de tão pouco significante em torno do que sente o outro. Há muito tempo eu sentia um incômodo, uma perturbação de paz (lembra? Falei lá no início), me sentia mal, afetava literalmente o meu humor lidar com ausências, friezas, afastamentos, e, claro, eu buscava resolver tudo aquilo, procurar porquês era uma verdadeira loucura dentro da minha cabeça. Mas isso passou!
Hoje eu respeito mais as pessoas dentro de seus direitos, pois parei um momento, olhei para tudo aquilo e saquei que rolava, da minha parte, um desrespeito a mim mesmo, eu caía exatamente no tracejo bolado por aquelas circunstâncias e acredito que ninguém precisa. Hoje eu vou olhar, vou, obviamente, avaliar a minha responsabilidade perante a questão e não havendo o que reparar irei apenas respeitar o movimento. E, cara, acredite o seguinte: isto será visto como falta de consideração! Mas é apenas, na prática, o que eu teorizei no, qual, primeiro parágrafo? As coisas acontecendo fora do roteiro bolado pela ação.
Apenas para que março não passe em branco.

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