Quando fica pronto, como saber qual é o ponto, quantos segundos até
o próximo passo e quantos passos à beira do precipício, qual a distância entre
a loucura e razão? Quantas vezes burlei as leis da gramática num só parágrafo?
E, cara, quantas vezes fiz prevalecer as minhas leis sobrepondo-as às minhas
vontades? Melhor, quantas vezes deixei valer o que eu sou sobrepondo-se às
coisas que quis? Quantas vezes deixei, quantas vezes deixo e quantas ainda irei
deixar o medo tomar de conta? Quantas? Talvez as que julguei necessário...
De repente as vezes que ainda julgarei... é difícil falar assim,
né? A gente vai jogando os pares ordenados, mas nada indica que eles irão se
cruzar quando lançados ao plano. Acho que meu eterno dilema é o mesmo de alguns
treinadores de futebol: “o medo de perder tira a vontade de ganhar” O que pode estar
errado é somente a comparação, porque não há o que se perder quando não se tem
e não é algo que se possa ganhar... Tudo questão de semântica, mas fica a ideia
de que o medo de arriscar atrapalha o desenvolvimento e acontecimento de lago.
Droga, não deveria
ter esclarecido! E as minhas entrelinhas, onde ficam nesta história? Deixar de enigmatizar
o que escrevo não é uma estrada apropriada e aconselhável para eu trilhar, não
é algo que eu deva e queira fazer, mas parece que as vezes estou realmente sem
saco para continuar na mesma pegada, parece que os fatos e as razões gritam mais
alto que o maldito medo que me faria mantê-los nas entrelinhas e eu acabo
traduzindo palavra a palavra na sequência seguida do texto. Sequência seguida
foi redundante? Não tanto quanto as milhares de gotas de chuva que caem por
sobre o meu telhado...
São 04:27 da manhã,
já é domingo e minha cabeça dói novamente. O sono já começa a bater com
autoridade e o cansaço há muito me consumiu. Continuo aqui não passando de um
reles grãozinho de areia que, sabe-se lá por que carga d’água ainda não se
desintegrou.
Abraço...