Tenho observado que
você tem ficado um pouco distante de algumas coisas nos últimos anos, coisas
estas que praticamente lhe serviam de segunda pele e que dificilmente seriam
deixadas de lado. Por um lado é compreensível que a vida anda um pouco
complicada, conturbada e que em situações de sobrevivência você precisa ir
eliminando o máximo de carga para continuar caminhando com leveza, mas ainda
sim é um caso a se observar.
Notei que abriu mão
dos confrontos e tem evitado o desgaste em tentar trazer de volta quem se foi.
O que é bom, pois pelo menos tem dado uma atenção melhor aos que ficaram e isso
tende a diminuir o grau de injustiças. Na observação que fiz, pude ver que você
continua com algumas velhas manias e que costuma ser presa fácil em
determinadas situações. Apesar de se julgar esperto, se comporta como um animal
silvestre encandeado pela luz, abobalhado e fatalmente abatido pelas
circunstancias.
Percebi que você
tenta manter os princípios, mas tem mudado radicalmente de atitude e isso leva
um pouco a contradição tornando sua personalidade dúbia do ponto de vista de
quem não te conhece, ainda bem que eu conheço, né? Enquanto falo sobre você,
ouço o acústico dos Engenheiros do Hawaii. É que mesmo pra falar sobre alguém eu
preciso de alguma inspiração e paz de espirito. Por falar em paz, vejo que tem
procurado por ela incansavelmente, espero que a encontre.
Percebi que você
reluta contra mudanças, mas que não é tão na pratica quem costumava ser porque
mudanças são inevitáveis e não está ao nosso alcance controlar isso. Como se
você fosse o mesmo, mas não estivesse igual tentando não usar a palavra
mudança, mas algumas coisas hoje são diferentes.
Ao fim do texto
percebi que você sou eu, na verdade...