segunda-feira, 14 de maio de 2018

Maio sendo Maio.

Real... Qual o significado de ser real? É algo concreto? Ok! Algo concreto é real, pô meu problema está resolvido e eu nem precisei torrar muito o tico e o teco. Pô beleza, então já pode terminar por aqui né memo? Concreto, concreto é algo que podemos tocar, não é isso? Mas alguém que é superficial é real, é concreto podemos tocá-la (o), não? Amor é real? É concreto? Nunca toquei no amor, e agora fiquei na dúvida e na bronca. Nossas atitudes e ações são concretas, mas não sentenciam verossimilidade dos nossos atos.
O mundo anda cheio de verdadeiros atentados falsos e a gente vê, toca, sente e jura que é real, que é concreto. O amor não é real, muito embora tenhamos a capacidade de traduzi-lo em nossas ações, atitudes, palavras, ainda sim ele não é real, não é concreto e temos milhares de bons atores e atrizes espalhados pelo mundo. O amor é uma fábula que transita entre o belo maravilhoso e o horror aterrorizante, um canibal invisível e voraz. É ele, o amor, a mais dolorosa e abstrata doença do coração.
Mas pode piorar, viu? Como tudo nesse mundo a situação pode piorar 100%. É uma doença predatória, nossa inimiga natural, e como uma doença viral avassaladora ela ativa uma função parecida com a da enzima transcriptase reversa, polimeriza o coração e só aumenta a sua rede de infecções, como se fossem novos focos de agentes é difícil matar algo que se modifica o tempo inteiro. Uma comparação idiota, porém válida, é a de que gripamos sempre porque somos acometidos por vírus com informações modificadas. Haha
Voltar aqui depois de tanto tempo é sempre tão estranho, mas é mais uma impressão do que uma realidade. Todos os dias eu venho ao mesmo lugar, às vezes fica longe, difícil de encontrar (inspiração), mas venho todos os dias. Quando a fase não é boa o pé desliza no chinelo e você cai, ou o ferro do pilão cai no seu pé, ou ainda, quando a fase não é boa, a faca cai de ponta repicando em você, numa tentativa vã de encontrar tua carne... é real, tudo acontece quando a fase não é boa...

Bom está de volta, na minha forma original de escrever, embaralhando a ordem dos fatores sem alterar o produto...
Abraço!

sexta-feira, 20 de abril de 2018

... O sonho é popular eu li isso em algum lugar, se não me engano é Ferreira Gullar falando da arquitetura de um Oscar ♫

Planejei minha vida como aquele agricultor que dispõe de poucos recursos, mas que precisa insistir na lavoura para conseguir retirar dali o seu sustento e a sua rendinha... Embora ele utilize de técnicas simples, práticas e que não necessitam muito do material humano, semeando suas sementes a lanço, elas ainda dependem do ambiente para germinar, crescer e produzir. É aquela engrenagem que está sempre acoplada a outra, há sempre uma interdependência.
Estava vadiando hoje pelo meu feed de notícias, procurando memes que me rendessem gargalhadas (só compartilho bobagens), quando li uma postagem estilo página de livro cuja mensagem era exatamente sobre livro e dizia: “qual livro você começou a ler e nunca terminou?”. Eu compartilhei e legendei com: “o livro da minha vida, mas nem terminei de escrever também... ainda faltam algumas páginas”.
Claro que minha vida não é uma história digna de livro, claro que não é. Nem sei também se eu teria competência de começar a escrevê-lo, de compartilhar cada coisa pela qual passei até aqui, mas quando falo de “não terminei de escrever e ainda faltam algumas páginas” cabe interpretação, e talvez eu não esteja me referindo a um livro físico diretamente falando. Às vezes sobram detalhes nas coisas e é cultural da gente ignorar as entrelinhas. A propósito, eu as utilizo bastante...
Em minha mente tenho tudo desenhado com croqui de fácil entendimento e não é nada de outro mundo ou algo que possa exigir demandas espetaculares. Sou carpinteiro do meu próprio universo, mas preciso dos materiais necessários para traçar os desenhos e tirá-los do campo da imaginação para torná-los concretos. Certa vez me disseram que eu fechava os olhos para as coisas simples da vida, mas como pode ser verdade se o que tenho em mente é simples?

segunda-feira, 9 de abril de 2018

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Às vezes falo que no meu blog eu faço as regras e que a principal delas é não seguir a ferro e fogo o que determina a nossa gramática. Não costumaz, mas sou obrigado a dar o braço a torcer e dizer que, pelo menos nas pontuações, procuro me aproximar um pouco dessas “regras”, embora que de forma involuntária. É preciso, caso contrário o que já é difícil de fazer-me compreender seria impossível.
Bom, nem sempre é intenção deste que vos escreve ser compreendido! Nessas vezes aí em que coloco o “nem sempre”, tudo que quero é despejar meus desabafos em forma de códigos criptografados e me utilizar pouca ou responsabilidade nenhuma. Ora, eu não busco uma reputação virtual. Eu sequer realizo divulgação deste espaço, eu mal passeio por aqui...
N’outras eu compartilho de pensamentos, ideias (que posso facilmente incluir em “pensamentos”, mas tô a fim de ser redundante), pontos de vista e aí fica um levemente exposto como funcionam as coisas na minha cabeça. Na filosofia, meu professor costumava dizer que precisamos esvaziar a caixa d’água “chute uma porta”; “dê um soco na parede”; “quebre algum objeto”.
É que há muito tempo atrás eu cheguei a especular que a vida era como um movimento espiral, sempre em constante rotação e mutação, correndo paralelamente a ela o tempo que, implacavelmente, não para. A mudança de pensamento em relação a isso ocorreu de forma simples, pois todos os anos de faculdade, e esse 1.6 pós, têm me mostrado que o movimento é na verdade senoidal. Estamos descendo e subindo, sempre!
O interessante é que esse movimento senoide mantém a frequência quando chega ao ponto mais crítico ou no ponto mais elevado. Ou seja, você fica ali na parte de baixo da tabela um tempo, depois vai subindo, subindo e se mantém ali no polo inclinado; após isso vem o declínio, lentamente até atingir o ponto máximo inferior. É como Castelar disse uma vez, ao comentar um post meu, é zig-zag e sobe e desce.
Abraço!

quarta-feira, 4 de abril de 2018

What would you do if my heart was torn in two? (I knew it...)

De uns anos pra cá eu passei há ter um dia pra tudo; um dia para curtir aquela música que há muito não ouvia, um dia para apagar as janelas do whatsapp, um dia para excluir um ou dois contatos do facebook, um dia para descascar feridas... Ah, esta última tarefa tem um doloroso e doce preço. Às vezes, quando sentimos que nossa humanidade se ausentou, precisamos sentir a dor pra que tornemos aproximarmo-nos de nossa humanidade e deixar sangrar um pouco, como um ato de autopiedade.
Hoje foi mais um dia desses, dia em que abri uma das minhas caixas de Pandora e relembrei um dos últimos episódios em que meu coração teve um ataque emocional bipolar. Imaginem um coração bater de alegria, mas arder e doer de tristeza num mesmo momento, num mesmo movimento, num mesmo instante. Eu fui bom ator naquele momento! Absorvi bem o golpe cruzado e continuei de pé, continuei no jogo porque saber que você é o motivo do sorriso e da admiração de alguém faz você passar por cima.
Nada a ver falar sobre isso agora. Outros tempos, outros mundos, outra situação e minuano não mais sopra de lá para cá. Mas como falei em algum momento desse texto, a gente precisa de dor pra que a humanidade retorne... Pra que melhor do que uma doce e dolorosa lembrança? Nossa! Mesmo hoje, praticamente 6 anos depois, embaracei as vistas tal qual aquele fim de domingo, como se fosse o exato momento de excitação e empolgação em que eu estivesse abrindo o doc.
Muitas coisas que ficaram nesse passado de meu Deus; lemos e escrevemos muitas coisas, muito já deve ter sido esquecido. Mas gosto quando se escreve com propriedade e conhecimento de causa, mesmo com a triste verdade pairando nas entrelinhas, sorrido como se fosse um ritual iniciação, a preparação de terreno para o adeus. Gosto quando sabem usar as palavras – porque eu não as sei – gosto de saber que a minha bula foi lida e compreendida. Tudo foi guardado, sim! Sempre estará sim, nunca sairá do coração! ^^

Era para ser um feliz aniversário, e foi... Foi também o anúncio e o início do fim. 22/07/2012, dom – 23:16.