A melhor coisa que existe é poder andar sem a pretensão e presunção
de explicações. Poder chegar e dialogar sem a necessidade de ter que remendar
assuntos, aparar falados, dar as costas pra rua sem o medo de que, a qualquer
momento, alguém possa vir e atingir de qualquer forma. Sei lá, ser correto e
honesto, nas palavras e nas ações, pois são coisas que acabam por nos trair em
algum momento. Ninguém consegue atuar por muito tempo.
Eu gosto de me fechar numa bolha quando começo a perceber algo
estranho, quando de repente uma pecinha do quebra cabeça não bate, quando há
algo errado. Sabe quando você sai de casa e tem certeza de que deixou todas as
luzes apagadas, sabe que não chegou ninguém antes e você, ainda sim, encontra
as luzes dentro acesas? Tem algo errado (isso aconteceu mesmo, foi assim que
encontrei a casa da minha irmã quando a arrombaram).
Aí então, me fecho num mundinho paralelo, perco o contato com a
nave mãe, mas me mantenho ligado e atento ao que gira em torno. Às vezes posso
fazer me parecer alheio, é conveniente e ajuda na colheita das informações
necessárias. E aí, neste instante relapso, distante, alheio, eu estou
observando e ligando pontos. É a melhor forma de se chegar a algum lugar, ligar
pontos, traçar retas...
...
Eu confio em todas as pessoas, só não confio no demônio que existe
dentro delas. Siga os sinais...