Ser autocrítico às vezes nos leva sermos duros consigo
mesmo. A busca incessante pela perfeição, a necessidade exacerbada por
apresentar resultados, bons resultados, faz com que nos penitenciamos, e mais,
faz com que passemos a questionar qual o nosso papel nisso tudo. Qual é, vai
dizer que em um momento de desespero você nunca se perguntou: qual a razão de
tudo isso? O que eu vim fazer aqui? Qual minha missão nessa terra? Eu nasci por
quê?
Ah, eu surfo e navego na marola dessas perguntas há
anos. E, não, eu não tenho respostas. E, não, eu não sanei minhas dúvidas sobre
qual o sentido de eu estar aqui. Não faço a mínima ideia do porquê de ter vindo
ao mundo, não sei com que intuito nasci nessa família e nem o que acrescentei
nela. Pra falar a verdade, cada círculo que completo com as minhas caminhadas
me deixa com uma enorme interrogação na cabeça. E não vai adiantar virar a
camiseta do avesso, não se trata do transe da jiboia.
A verdade é que nos últimos tempos tenho me afastado
de tudo, até de mim mesmo... seria um spoiler de que eu estaria voltando pra
casa? Mas, cara, que casa? Eu não pertenço a lugar nenhum, pelo menos essa é a
clara impressão que tenho. E não me vem com esse papo de se encaixar, isso me
cansa, me suga energia. Eu sou pequeno, mas não forço caber em lugar nenhum. Eu
tenho consciência de que conquisto espaço, eu sei que consigo ficar. Seja pelo
amor ou pelo ódio, mas consigo ficar, marcar.
E por falar em marcar, hoje me lembrei de você (que já
foi pra casa tão cedo), saiu não disse nem um “té logo, meu amigo querido”...
fiquei chateado, muito embora o nosso afastamento tenha se dado, também, pela
minha falta de iniciativa de ir encher teu saco. Mas é que não se vai embora assim, do nada, sem se despedir. Considerei de muito mau gosto a brincadeira! É
tão estranho tudo isso, você fica naquela expectativa vã de ver um online que
nunca mais vai rolar.
Bem, Thatha... você cumpriu a sua missão e finalizou a
sua jornada, seja lá qual que tenha sido ela. E eu, bem... eu vou andando em
círculo aqui até compreender como que funciona essa parada chamada vida. Até
saber, de fato, para onde ela vai me levar... até a hora de também ir pra casa...
Abraços de saudade!