Tenho estado muito cansado... Cansado de nadar e nadar e
nadar como se estivesse no meio do oceano e não ver nada além de horizonte e
ondas, nem um bote salva-vidas sequer um verdadeiro sobrevivente náufrago. E
assim eu vou seguindo sem (com) noção e espaço, sabendo que preciso chegar, mas
desconhecendo endereço de lugar algum sem saber a direção de lugar nenhum, à
deriva.
É difícil controlar a ansiedade quando a realidade não te
deixa brecha para criar perspectivas. Tenho a impressão que os anos têm passado
rápido demais ao meu lado e eu tenho ficado num mesmo ano. O corpo sofre os efeitos
causados por esta passagem, mas a sensação é de que o tempo individual parou
mesmo sabendo que não, que o relógio está contando de forma desgovernada.
A curva tem ficado cada vez mais fechada cara e, pior, não
tenho visão a minha frente... A montanha cada vez mais íngreme e o fator
ambiente começam a influenciar juntamente ao cansaço, mas não pode parar né? É
preciso seguir viagem sempre mesmo que os pés já não aguentem mais, mesmo que o
sol castigue e que o corpo esteja clamando por fim à jornada, ela não termina
antes de acabar.
Quando o cansaço invade e aprisiona, com sua chegada, o pouco
que me resta de bom, creio... Sou autocrítico, então estou cansado de deixar de
fazer o que preciso fazer, de fazer as coisas de forma certa do jeito errado
de... evitar a renúncia ao hesitar... No fim os atributos de culpas cabem somente a mim...