Planejei minha vida como aquele agricultor que dispõe de poucos
recursos, mas que precisa insistir na lavoura para conseguir retirar dali o seu
sustento e a sua rendinha... Embora ele utilize de técnicas simples, práticas e
que não necessitam muito do material humano, semeando suas sementes a lanço,
elas ainda dependem do ambiente para germinar, crescer e produzir. É aquela engrenagem
que está sempre acoplada a outra, há sempre uma interdependência.
Estava vadiando hoje pelo meu feed de notícias, procurando memes
que me rendessem gargalhadas (só compartilho bobagens), quando li uma postagem
estilo página de livro cuja mensagem era exatamente sobre livro e dizia: “qual
livro você começou a ler e nunca terminou?”. Eu compartilhei e legendei com: “o
livro da minha vida, mas nem terminei de escrever também... ainda faltam algumas
páginas”.
Claro que minha vida não é uma história digna de livro, claro que
não é. Nem sei também se eu teria competência de começar a escrevê-lo, de
compartilhar cada coisa pela qual passei até aqui, mas quando falo de “não
terminei de escrever e ainda faltam algumas páginas” cabe interpretação, e
talvez eu não esteja me referindo a um livro físico diretamente falando. Às
vezes sobram detalhes nas coisas e é cultural da gente ignorar as entrelinhas.
A propósito, eu as utilizo bastante...
Em minha mente tenho tudo desenhado com croqui de fácil
entendimento e não é nada de outro mundo ou algo que possa exigir demandas
espetaculares. Sou carpinteiro do meu próprio universo, mas preciso dos
materiais necessários para traçar os desenhos e tirá-los do campo da imaginação
para torná-los concretos. Certa vez me disseram que eu fechava os olhos para as
coisas simples da vida, mas como pode ser verdade se o que tenho em mente é
simples?