Sinceramente eu teria um livro de cento e poucas páginas para
relatar tudo o que aconteceu ao longo destes anos, pois é tanta coisa que
sequer sei o que colocar e o que deixar de fora. É talvez eu tenha sido um pouco
econômico nas páginas, mas é que o fato de não gostar de ler e a relação
páginas, livro e leitura me fez ser, de certa forma, econômico ao cravar as
cento e tantas páginas.
Passadas as ultimas 24 (vinte e quatro) horas resolvi dar uma baixada
na empolgação, reorganizando a consciência e as emoções, pois não tem nada
oficializado ainda. Eu não possuo ainda o documento que me credencia, de fato e
de direito, a ser reconhecido como formado em Engenharia Agronômica. O que
comemoro é o fim de uma longa, cansativa e sofrida caminhada.
Fim de um ciclo marcado por alegrias, tristezas, vitórias parciais,
derrotas parciais, sortes e reveses. Um ciclo cheio de medos e incertezas, de,
em alguns momentos, falta de perspectivas. Onde tudo o que ventilava na cabeça
era uma pequena esperança que se sustentava em motivos frágeis, mas que, apesar
de quase, não sucumbiram à descrença em mim mesmo.
Da felicidade em ver cada “aprovado” no espelho portal à tristeza a
cada “reprovado”, da esperança em ter as disciplinas em dple (disciplina no
período letivo especial) e a sorte em conseguir matrícula ao revés de não
tê-las ou não poder fazê-las por motivos de pré-requisitos, ementa,
carga-horária... Da vitória parcial de ter fechado um período às derrotas pelo
atraso que implica uma reprovação.
Deus quantas vezes eu pensei em jogar tudo para o alto, quantas
vezes me perguntei se realmente deveria insistir naquele curso ou ouvir as
sugestões de fazer um novo vestibular para outro curso, pois não formaria em Engenharia
Agronômica. Haha! Graças à minha persistência e ao meu orgulho (ele não é bom,
mas ajudou) eu pude dar a volta por cima e provar que eles estavam errados,
provar que eles podiam não acreditar em mim, desde que eu mesmo acreditasse e,
assim, eu fui até o fim e venci.
Tudo o que eu queria era sair dali, sair do curso pela porta da
frente e consegui. Demorou, mas consegui. Só que ao longo desse tempo são
inevitáveis os vínculos que se criam, sabe? Especialmente agora nesse final. Aproximei-me
de pessoas incríveis e, querendo ou não, isto vai ficando para trás porque o
destino puxa a todos, um a um, ao seu curso e isso é um pouco chato. Registro
aqui então um misto de alívio pelo objetivo conquistado e certa dor por haver
este afastamento.
Como falei no facebook, o verdadeiro jogo da vida começa agora.
Engenheiro Agrônomo, maio, finalmente!